Cerâmicas milenares e estruturas que podem ter pertencido à civilização cananita foram encontradas por uma equipe brasileira em Tel Lachish, um dos sítios arqueológicos mais importantes de Israel.
Durante a atual temporada de escavações em Tel Lachish, no território do antigo Reino de Judá, a equipe brasileira liderada pelo arqueólogo e pesquisador Dr. Rodrigo Silva identificou peças de cerâmica e estruturas que remontam ao período cananita — época em que Canaã, chamada “Terra Prometida” na Bíblia, era habitada pelos cananeus antes da chegada dos israelitas.
Segundo Rodrigo, Lachish é a segunda maior cidade de Judá depois de Jerusalém nos tempos da Bíblia Sagrada.
“É com grande alegria que retornamos a Israel com mais um grupo para escavações em Lachish e turismo no país. Deus seja louvado por esta oportunidade! Estamos muito felizes por estarmos aqui, revendo amigos e trabalhando com todos em segurança”, disse Rodrigo no Instagram.
Composta por 28 participantes, entre especialistas e voluntários, a equipe também atua sob a coordenação geral do arqueólogo Prof. Yosef Garfinkel.
Achados da escavação
Nesta temporada, os brasileiros escavaram uma nova área central da antiga cidade, próxima ao palácio. Os achados incluem jarros, tigelas e cerâmicas com inscrições que datam os períodos do Bronze Médio e Final (1900–1200 a.C.), além de uma parede de tijolos de adobe, possivelmente parte de uma habitação cananita.
A equipe também colaborou nas escavações da chamada Área D, sob coordenação do Prof. Hoo-Goo Kang, da Seoul Jangsin University, que busca estruturas do período cananita.
“Gratidão! Não tenho outra palavra para expressar a alegria de mais essa temporada de escavações junto à Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade de Seoul. Estar ao lado do grande arqueólogo Dr. Yosef Garfinkel e essa turma entusiasmada com sede de aprendizado é algo que não tem preço”, relatou Rodrigo.
Em um vídeo, Rodrigo mostrou um dos achados arqueológicos que o grupo encontrou em Lachish: “Essa é uma cabeça de uma estatueta feminina, é uma estatueta do período do ferro. Alguns pensam que pode ser Ashera, Astaroth ou outra deusa feminina. O corpo dela, que não foi encontrado, é de uma mulher segurando os seios com um vestido muito longo e a Bíblia fala muito dos ídolos que eram adorados quando Israel quebrava a aliança”.
As descobertas contribuem para ampliar o conhecimento sobre as culturas que ocuparam a região antes da formação de Israel. A missão integra pesquisadores do Museu de Arqueologia Bíblica (MAB), ligado ao Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), em parceria com a Universidade Hebraica de Jerusalém.
Além do aspecto científico, a participação reforça o compromisso do UNASP com o ensino, a pesquisa e a valorização do patrimônio histórico e bíblico.